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(Reuters) – Os Estados Unidos vão enviar 3 mil soldados ao Afeganistão para ajudar na retirada de parte dos funcionários da Embaixada dos EUA em Cabul, capital afegã, em meio ao avanço do Talibã.
As notícias da retirada, relatadas pela primeira vez pela Reuters, reforçaram as esperanças de Washington de que a diplomacia deterá o avanço do Taleban e manterá a capital nas mãos do governo afegão. O Talibã pode isolar Cabul em 30 dias e assumi-la em 90, as avaliações da inteligência dos EUA concluíram esta semana. consulte Mais informação
“Temos avaliado a situação da segurança todos os dias para determinar a melhor forma de manter seguros os que servem na embaixada”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
“Esperamos atrair uma presença diplomática central no Afeganistão nas próximas semanas”, disse ele, acrescentando que a embaixada não foi fechada. Uma pessoa familiarizada com o assunto disse não haver garantias de que a embaixada permaneceria aberta.
O Departamento de Estado disse que o secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin conversaram com o presidente afegão Ashraf Ghani na quinta-feira e disseram que os Estados Unidos “continuam investindo na segurança e estabilidade do Afeganistão” em face da violência do Taleban.
Eles disseram que Washington estava reduzindo sua “pegada civil” em Cabul devido à “evolução da situação de segurança” e aumentaria o ritmo dos voos do Visto Especial de Imigração para afegãos que ajudaram os esforços dos EUA no país, disse um comunicado do Departamento de Estado.
As autoridades também disseram que Washington continua comprometido em manter uma relação diplomática e de segurança forte com o governo afegão e “o secretário Blinken afirmou que os Estados Unidos continuam comprometidos em apoiar uma solução política para o conflito”, acrescentou.
O presidente Joe Biden ordenou a retirada da embaixada durante uma reunião na quinta-feira com os principais assessores de segurança e aceitou sua recomendação para fazê-lo, de acordo com uma fonte familiarizada com a situação.
A decisão de permanecer no país pode ter exigido o comprometimento de muito mais tropas americanas para travar uma guerra civil, disse a fonte, enquanto os Estados Unidos buscam encerrar sua presença de 20 anos provocada pelos ataques de 11 de setembro de 2001 .
Ainda assim, a decisão lançou novas dúvidas sobre a estratégia de Washington de influenciar o processo de paz do Afeganistão, mantendo ajuda e pessoal diplomático, mesmo após a retirada das tropas.
Oficiais do governo não ajustaram esse cronograma, mesmo quando Biden ordenou mais tropas ao Afeganistão para ajudar a garantir a saída de civis. A primeira implantação no aeroporto de Cabul está prevista para dentro de 24 a 48 horas, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
Cerca de 3.500 soldados adicionais dos EUA seriam enviados para a região de Fort Bragg, na Carolina do Norte, para ficarem de prontidão se a situação piorasse, bem como 1.000 funcionários para ajudar a processar os afegãos que estão passando por um processo especial de imigração. É comum que os militares dos EUA enviem tropas para evacuar o pessoal em zonas de combate.
“Não sei se ainda temos muitas opções”, disse Ronald Neumann, embaixador dos EUA no Afeganistão de 2005 a 2007, sobre a decisão de reduzir o tamanho da embaixada. “O que resta entre Cabul e o Talibã?”
REDUÇÃO DE EQUIPE PARA SER ‘SIGNIFICATIVA’
Alguns legisladores republicanos que se opuseram à decisão de Biden de retirar as tropas disseram que acharam uma boa ideia adicioná-los agora para apoiar a retirada da embaixada.
“O governo Biden deve agir o mais rápido possível para retirar do país os civis americanos e afegãos que nos ajudaram”, disse o senador Jim Inhofe, o principal republicano do Comitê das Forças Armadas.
Estima-se que cerca de 1.400 funcionários permaneçam na Embaixada dos Estados Unidos em Cabul. Autoridades disseram que a redução no quadro de funcionários seria “significativa”.
A missão militar no Afeganistão deve terminar em 31 de agosto, com cerca de 650 soldados restantes no país para proteger o aeroporto e a embaixada.
Washington não está contando com um acordo de divisão de poder entre o governo de Cabul e o Taleban, mas está procurando um para deter os combates, de acordo com uma fonte. Os Estados Unidos disseram diretamente ao Taleban que enfrentarão as consequências se os americanos não estiverem seguros, disse a fonte.
“Enquanto a situação de segurança no Afeganistão está se deteriorando, nossa estratégia na região deve continuar evoluindo”, disse o deputado Adam Smith, um democrata que é presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara. “A segurança e a proteção do pessoal dos Estados Unidos devem estar sempre em primeiro lugar.”
