Nesta quinta-feira (19), a Americanas S.A. entrou com pedido de recuperação judicial em caráter de urgência na 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, com dívidas avaliadas em 43 bilhões de reais. A companhia revelou ter cerca de 800 milhões de reais em caixa – em grande parte bloqueados por liminar concedida ao banco BTG Pactual.
No início da manhã, a empresa já havia alertado que, devido ao rombo no caixa, reduzido a R$ 800 milhões, poderia pedir recuperação judicial dentro dias ou mesmo horas.
De acordo com a empresa, o pedido é resultado do posicionamento do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que suspendeu, em decisão monocrática referente a mandado de segurança impetrado pelo Banco BTG, o efeito da concessão estabelecida pela Décima Quinta Câmara Cível, também do TJRJ, para retomada dos direitos da companhia de reaver valores compensados por credores nos termos da decisão cautelar proferida pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nesta semana.
Agora, com o pedido de recuperação judicial, as negociações das ações da Americanas devem ser suspensas na B3 por um prazo a ser definido pelo juiz responsável pelo caso. Depois desse prazo, os papéis voltam a ser negociados. A companhia também será removida de todos os índices em que está inserida, uma vez que a B3 não permite que empresas em recuperação judicial sejam listadas em índices.
A companhia deflagrou uma crise em seus negócios e viu suas ações virarem pó depois de anunciar ao mercado, um rombo de R$ 20 bilhões não computado corretamente em seus balanços. Posteriormente, a Americanas corrigiu o rombo para R$ 40 bilhões, desde então o valor das ações já caiu mais de 80%.
É o quarto maior montante já registrado em um processo desse tipo no país, perdendo apenas para as recuperações judiciais da Odebrecht, avaliada em 80 bilhões de reais; da Oi (65 bilhões de reais) e da Samarco (65 bilhões de reais). A companhia diz ter 16,3 mil credores.