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O Conselho Deliberativo do Corinthians marcou para o próximo dia 26 de maio, no Parque São Jorge, a votação do processo de impeachment do presidente Augusto Melo. A decisão ocorre em meio a uma grave crise financeira e à pressão gerada pelo avanço das investigações no caso Vai de Bet — que apontaram o repasse de parte da comissão paga pelo clube a uma empresa ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nesta sexta-feira (16), Augusto Melo falou publicamente pela primeira vez sobre o caso em entrevista coletiva na Neo Química Arena. Ao lado de seu advogado, Ricardo Cury, o presidente afirmou estar surpreso com os desdobramentos das investigações e negou qualquer responsabilidade pessoal.
“Não sei dizer, não conheço essa situação. Para mim, foi uma surpresa enorme. Segui meu trâmite. Sou o primeiro a fazer uma proposta e o último a assinar. Minha área é administrativa e comercial. Quando chega em mim a assinatura é porque o contrato foi aceito por todos os departamentos competentes. Fui o primeiro a falar: ‘Vai explodir? Que exploda! Se tem algo errado, procurem a Justiça’”, declarou o dirigente.
A Vai de Bet foi patrocinadora do Corinthians entre janeiro e junho do ano passado. Na ocasião, o clube pagou R$ 1,4 milhão em comissão à empresa Rede Social Media Design Ltda, de propriedade de Alex Cassundé. As investigações da Polícia Civil identificaram que essa empresa fez repasses à UJ Football Talent Intermediações Tecnológicas — citada pelo empresário Antônio Vinicius Gritzbach, conhecido como delator do PCC, morto em novembro de 2023 no Aeroporto de Guarulhos.
Segundo a polícia, o valor de R$ 1,4 milhão foi dividido em duas transferências de R$ 700 mil e passou por cinco contas bancárias até chegar à empresa apontada como vinculada à facção criminosa. O inquérito apura indícios de crimes como furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Melo reiterou sua inocência e descartou qualquer possibilidade de renúncia.
“Jamais. Não tenho nada a ver com isso. São sempre as mesmas negociações. Tudo o que eu faço, tem o jurídico e o compliance que me dão o suporte. Jamais vou renunciar, primeiro porque não tenho nada a ver com isso. Estou aqui em prol do Corinthians, não preciso do Corinthians. Outro dia, teve um atleta com dois empresários, dois intermediários. Hoje é assim, é normal. Nunca sentei com ninguém, nunca discuto nada sozinho”, defendeu-se.
O advogado Ricardo Cury também afirmou que não há elementos que sustentem um possível indiciamento do presidente corintiano:
“Temos muita segurança e tranquilidade que o presidente Augusto Melo não será indiciado. Não tem elementos pra isso. Esse contrato seguiu o fluxo que é normal dentro do Corinthians, passou por todos os departamentos, inclusive jurídico e compliance.”
Em nota, a UJ Football Talent afirmou que “não possui e nunca possuiu qualquer relação com grupos ou atividades ilícitas”, e classificou como “infundadas” as tentativas de associá-la a investigações criminais.
Mesmo sob pressão dentro e fora do clube, Augusto Melo diz que seguirá à frente do comando corintiano.
“Se eles querem quebrar um projeto gigantesco que está dando certo e vai dar muito certo, a responsabilidade é deles. O Corinthians nunca teve um projeto como o nosso agora. Estamos tendo a coragem de trazer o Corinthians de volta pro protagonismo”, concluiu o presidente.
