A Justiça do Paraguai determinou o confisco de bens do ‘doleiro dos doleiros’ Dario Messer, investigado no Brasil por liderar uma rede de lavagem de dinheiro. A decisão atende um pedido Ministério Público Federal (MPF) brasileiro.
Messer, que firmou acordo de delação premiada com o MPF, responde a sete ações penais em curso na Justiça Federal no Rio de Janeiro, decorrentes das operações Câmbio Desligo, Patrón e Marakata.
O confisco dos bens do ‘doleiro dos doleiros’ é resultado de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Cooperação Internacional do MPF (SCI), a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério Público do Paraguai.
Um pedido de assistência jurídica internacional para o caso foi feito em março de 2019, após a descoberta de que o então investigado Dario Messer tinha um patrimônio milionário no Paraguai.
A lista de bens de Messer, estimados em US$ 150 milhões, inclui um avião, carros de luxo, fazendas, milhares de cabeças de gado e empresas.
Ainda em 2019, com a oficialização do pedido pelo Departamento de Recuperação de Ativos vinculado ao Ministério da Justiça do Brasil, foi autorizado de forma cautelar o bloqueio dos bens.
Com a nova decisão, fica permitido o confisco dos valores do ‘doleiro dos doleiros’ para que se efetive o ressarcimento dos cofres públicos brasileiros.
Deve ser revertido para o Brasil o equivalente a 50% dos ativos de Dario Messer e de suas empresas no Paraguai.
Messer é apontado como o líder de “uma organização criminosa destinada a evasão de divisas e branqueamento de capital decorrente de crimes contra a administração pública (corrupção) a partir do Brasil”.
Os casos envolvem o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral já condenado por participar de um esquema que incluiu o recebimento de US$ 100 milhões em propina.
Os valores foram pagos por empresários de diversos setores em econômicos que firmaram contratos fraudulentos com o governo estadual.