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A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, cobrou na tarde desta sexta-feira (06) que o Brasil “eleve sua voz” contra a repressão da ditadura socialista de Nicolás Maduro. A fala ocorreu em entrevista à GloboNews.
“Precisamos que a comunidade internacional, especialmente o Brasil e o presidente Lula, eleve suas vozes para que termine a repressão”, afirmou María Corina Machado, que foi impedida de disputar as eleições de julho deste ano.
A eleição venezuelana contou com a participação de Nicolás Maduro e Edmundo González e foi marcada por uma grande falta de transparência nos resultados. Ambos os candidatos se proclamaram vencedores.
No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo, ambos alinhados com o chavismo, anunciaram Maduro como vencedor, sem divulgar as atas com a votação detalhada de cada local.
Após a declaração da vitória do atual presidente, o país enfrentou protestos violentos que resultaram em 24 mortes e na perseguição de opositores.
“Hoje em dia na Venezuela, todos temos medo, não somente de perder nossa liberdade, mas também a nossa vida”, afirmou Corina na entrevista. “Mas eu tenho um compromisso assumido com o povo da Venezuela e não vou abandoná-lo”.
Em comunicado, González declarou que “o que o país precisa é ver as atas eleitorais, não de ordens de apreensão”.
Na entrevista, Corina ainda disse que é importante o fato de que “nenhum governo democrático do mundo ter aceitado a farsa e a fraude de Maduro”. De acordo com ela, os países agora têm que aumentar a pressão sobre o regime.
“Maduro não pode permanecer sem legitimidade, sem apoio, sem possibilidade de conseguir financiamento, sem reconhecimento internacional”, afirmou a líder da oposição.
A ONG Human Rights Watch diz ter documentado “abusos generalizados pro parte de autoridades e grupos armados” pró-Maduro e cobrou que o Brasil deveria “defender a justiça na Venezuela”.
“A única solução estável e pacífica é uma transição ordenada para a democracia. Os que acreditam que Maduro possa se estabilizar, lavando o rosto às custas da violência, não entendem nada”, disse Corina.
Dentro da fala sobre transição ordenada, Corina afirmou que uma negociação pode englobar, sim, anistia a Maduro e seus apoiadores: “Em uma negociação é preciso dar garantias, sem espaço para dúvidas, mas todos sabemos que há crimes que não são passíveis de anistia, enquanto outros podem, sim, ser”, disse ela, colocando sob condição que se estabeleça antes as metas da negociação.
“Todos os venezuelanos entendem que estamos vivendo o pior momento de repressão da nossa história”, completou Corina, ao definir o nível de perseguição como “brutal”.