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A crise no Oriente Médio ganhou novos contornos nesta quinta-feira (16) após o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusar o grupo Hamas de criar uma “crise de última hora” ao tentar modificar detalhes do acordo de cessar-fogo intermediado pelo Qatar. Segundo as autoridades israelenses, a implementação do acordo será suspensa até que todas as divergências sejam resolvidas.
“Hamas está descumprindo partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel, em uma tentativa de extorquir concessões de última hora”, declarou o gabinete de Netanyahu em comunicado oficial. “O gabinete não se reunirá até que os mediadores informem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, acrescentou.
A reunião do governo, marcada para esta quinta-feira às 11h (horário local), foi adiada por tempo indeterminado. Contudo, segundo veículos locais, a votação ainda pode ocorrer no final do dia.
Divergências Sobre Presos
Durante a madrugada, Netanyahu afirmou ter recebido informações dos mediadores de Doha indicando que o Hamas estaria recuando em pontos previamente acordados em 27 de maio. Entre as mudanças estaria a exigência de que o grupo terrorista possa escolher os presos palestinos que serão libertados em troca de reféns.
“Contrariando uma cláusula explícita que dá a Israel o direito de vetar a libertação de assassinos em massa, o Hamas quer ditar a identidade desses terroristas”, apontou o comunicado, classificando a exigência como “chantagem”.
Em contrapartida, Basem Naim, integrante do bureau político do Hamas, negou as acusações ao afirmar à agência EFE que não estava ciente de novas demandas feitas pelo grupo.
Impasse no Governo Israelense
O atraso na votação também reflete tensões dentro do governo de Netanyahu. O partido Sionismo Religioso, liderado pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, está deliberando sobre a possibilidade de deixar o governo caso o acordo de cessar-fogo seja aprovado. Tanto Smotrich quanto Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, consideram o acordo uma “rendição” ao Hamas.
Ainda assim, Netanyahu possui maioria suficiente para aprovar o cessar-fogo, que, segundo informações vazadas, entraria em vigor neste domingo.
Termos do Acordo
Na primeira fase do acordo, o Hamas deverá libertar gradualmente 33 reféns, vivos e mortos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos. O grupo priorizará mulheres, soldados, pessoas com mais de 50 anos, menores de 19 anos e doentes.
A decisão, que chega após mais de 15 meses de conflitos e massacres, é vista como um passo importante para reduzir as tensões na região. No entanto, as negociações mostram como as divergências entre as partes ainda são um obstáculo para a paz.
(Com informações da EFE)
