Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nesta terça-feira (14) sobre uma operação militar que, segundo ele, resultou na morte de seis pessoas em um ataque a uma embarcação suspeita de tráfico de drogas próximo à costa da Venezuela.
The US struck another boat that was allegedly carrying narcotics off the coast of Venezuela this morning, killing six people. pic.twitter.com/2hIidl3q5v
— MenchOsint (@MenchOsint) October 14, 2025
Trump publicou um vídeo em preto e branco mostrando uma lancha imóvel no mar e, em seguida, sendo destruída por um míssil. Segundo o mandatário, o ataque foi autorizado por seus poderes como Comandante em Chefe e executado sob ordens do Secretário de Defesa, na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM), em águas internacionais.
De acordo com Trump, a embarcação estava ligada a uma organização designada como terrorista, trafegava por uma rota conhecida de drogas e tinha conexões com redes ilícitas de narcoterrorismo. A inteligência americana teria confirmado que a lancha transportava entorpecentes no momento do ataque. Ele afirmou ainda que não houve vítimas entre as forças americanas.
A campanha militar dos EUA no Caribe inclui o deslocamento de navios de guerra e aviões F-35, oficialmente com o objetivo de combater o tráfico de drogas na região. Trump mantém acusações públicas de que o presidente venezuelano Nicolás Maduro lidera um cartel de narcotráfico, motivo pelo qual autoridades americanas registraram acusações de narcoterrorismo contra ele.
O governo venezuelano, com Maduro à frente e o ministro do Interior, Diosdado Cabello, como porta-voz, classificou a operação como uma “agressão armada” voltada a impor mudança de regime e tomar os recursos naturais do país. Cabello anunciou mobilização de tropas e o plano de defesa “Independência 200” nas regiões costeiras e fronteiriças, incluindo a convocação de milícias, reservistas, apoio de comunidades indígenas e mensagens de respaldo de forças militares latino-americanas, segundo a emissora estatal Venezolana de Televisión.
Autoridades venezuelanas e aliados regionais, como a Aliança Bolivariana para os Povos da América (ALBA), que reúne Cuba, Bolívia, Nicarágua, Venezuela e outros países, condenaram a ação como “incursão ilegal” e tentativa de desestabilizar a região. A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, classificou os ataques às lanchas como “execuções extrajudiciais e sumárias”.
Nos Estados Unidos, a operação gerou debate. Parte do Congresso e analistas legais questionam a constitucionalidade de ataques letais em águas internacionais, lembrando que a Constituição americana reserva ao Legislativo a prerrogativa de declarar guerra. Relatórios da imprensa indicam a existência de um memorando do Departamento de Justiça autorizando até a participação da CIA em operações desse tipo, medida vista por especialistas como retorno a períodos de alta tensão entre Washington e América Latina. A procuradora-geral Pam Bondi, ao depor no Senado, não confirmou a existência do memorando, mas reforçou acusações contra Maduro.
Segundo Evan Ellis, do Colégio de Guerra do Exército dos EUA, a probabilidade de escalada militar é de “50%” caso a situação não seja resolvida até o fim do ano. Ele alertou que Washington poderia usar inteligência para processar Maduro ou aumentar a pressão militar, avaliação compartilhada por outros ex-altos funcionários de segurança americana, como Frank Mora. A Casa Branca rejeitou um pedido formal de diálogo feito por Maduro.
No âmbito regional, o almirante Alvin Holsey, chefe do Comando Sul dos EUA, realizou nesta terça-feira visitas a Granada e a Antigua e Barbuda para reforçar a cooperação em segurança e avaliar a instalação temporária de radares e pessoal técnico americano no aeroporto internacional de Granada. Autoridades locais afirmaram que qualquer decisão será tomada respeitando a soberania e o interesse nacional.
(Com informações de AFP e EFE)