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O Exército dos Estados Unidos realizou, na quinta-feira (16), um ataque contra uma embarcação suspeita de transportar narcotraficantes no Caribe — o primeiro da série de operações recentes em que houve sobreviventes entre os tripulantes, segundo informações de autoridades americanas à Reuters, ABC News, CBS News e CNN.
O ataque, que não havia sido divulgado publicamente, é o sexto conhecido na região desde o mês passado e o primeiro em que nem todos os ocupantes morreram.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters e pela CBS News, as autoridades norte-americanas ainda não informaram quantas pessoas estavam a bordo nem quantas sobreviveram à ofensiva. O Pentágono não respondeu de imediato aos pedidos de comentário. Desde o início dessa série de ações militares, ao menos 27 pessoas morreram em cinco ataques anteriores em águas próximas à Venezuela, informou o governo americano à CBS News.
O governo do presidente Donald Trump justificou as operações alegando que os Estados Unidos mantêm um “conflito armado não internacional” com organizações narcoterroristas atuantes na Venezuela, o que legitimaria o uso da força. Trump chegou a publicar vídeos de alguns ataques em sua conta na Truth Social, afirmando que as embarcações destruídas transportavam drogas e descrevendo os mortos como “narcotraficantes”, segundo a CBS News. Até então, não havia registro de sobreviventes nas embarcações atingidas, de acordo com a Reuters.
Diversos legisladores democratas e especialistas em direito expressaram preocupação sobre a legalidade das ações, tanto sob o ponto de vista do direito internacional quanto do direito interno dos Estados Unidos. Eles pediram que o governo apresente provas de que as embarcações interceptadas realmente transportavam substâncias ilícitas. Alguns congressistas também afirmaram que a administração Trump deveria obter autorização do Congresso para realizar esse tipo de operação, informou a CBS News.
As ações militares coincidem com um aumento expressivo da presença de tropas americanas no Caribe, incluindo o envio de destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear, oito navios de guerra, aviões B-52 e cerca de 10 mil soldados, conforme dados reportados por CBS News e Reuters. Na quarta-feira (15), bombardeiros estratégicos B-52 sobrevoaram a aproximadamente 240 quilômetros (150 milhas) ao norte da costa da Venezuela.
No mesmo dia, Trump confirmou que havia autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, justificando a medida como parte do combate ao narcotráfico e ao controle migratório, segundo CBS News e Reuters.
Em Caracas, o anúncio intensificou especulações sobre uma possível tentativa dos Estados Unidos de derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O líder venezuelano nega qualquer vínculo com redes de tráfico de drogas, acusou a Casa Branca de tentar promover uma mudança de regime e advertiu que está preparado para declarar estado de emergência diante do que classificou como uma “agressão americana”, concedendo a si mesmo poderes adicionais em caso de ataque, conforme relatou a CBS News.
