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A Google decidiu abandonar suas metas de contratação voltadas para diversidade e revisar algumas de suas iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Com essa medida, a gigante da tecnologia se junta a outras grandes empresas que têm reconsiderado essas iniciativas controversas.
No relatório anual da Alphabet, empresa-mãe da Google, enviado à SEC (Securities and Exchange Commission) na quarta-feira, foi omitida uma linha que afirmava o compromisso da empresa com a diversidade, equidade e inclusão em todas as suas ações e com a construção de uma força de trabalho representativa dos usuários que atende. Essa declaração aparecia nos relatórios anuais de 2021 a 2023.
A empresa comunicou aos funcionários por e-mail que não estabelecerá mais metas de contratação voltadas para diversidade, de acordo com o Wall Street Journal. A Google também informou que está revisando decisões judiciais recentes e ordens executivas do presidente Donald Trump destinadas a restringir iniciativas DEI no governo e em contratantes federais.
“Estamos comprometidos em criar um local de trabalho onde todos os nossos funcionários possam ter sucesso e ter oportunidades iguais, e ao longo do último ano temos revisado nossos programas projetados para nos ajudar a alcançar esse objetivo”, disse um porta-voz da Google ao The Post em um comunicado.
No início deste mês, a Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, anunciou em um memorando interno que estava encerrando seus programas de DEI, incluindo aqueles voltados para contratação, treinamento e seleção de fornecedores. A Amazon também informou que estava “descontinuando programas e materiais desatualizados” relacionados à representatividade e inclusão, em um comunicado aos funcionários, visto pela Reuters.
Grupos conservadores, fortalecidos por uma decisão da Suprema Corte dos EUA de 2023 que invalidou a ação afirmativa nas admissões universitárias, têm condenado os programas DEI e ameaçado litígios contra empresas que os implementam. No início deste mês, Elon Musk e outros aliados de Trump atribuíram os programas DEI como um impedimento aos esforços de resposta aos incêndios florestais em Los Angeles.
Em 2020, como muitas outras grandes empresas, a Google intensificou seus esforços de DEI após o assassinato de George Floyd e os protestos do Black Lives Matter – estabelecendo uma meta de expandir a representação de liderança de grupos sub-representados em 30% até 2025. A Google também prometeu mais que dobrar o número de trabalhadores negros em níveis não-sêniores até o mesmo ano, abordar falhas em suas práticas de contratação e promoção e oferecer suporte mental e físico para funcionários negros.
Funcionários de origens diversas representam uma pequena parte da força de trabalho da Google. No ano passado, apenas 5,7% de seus funcionários nos EUA eram negros e 7,5% eram latinos, de acordo com seu relatório de diversidade de 2024.
A Google disse que continuará a abrir e expandir escritórios em cidades com forças de trabalho diversas. “Continuaremos a investir em estados por todo os EUA — e em muitos países globalmente — mas no futuro não teremos mais metas aspiracionais”, dizia o e-mail, segundo o Journal. A empresa informou que também continuará com seus grupos de recursos para funcionários sub-representados.
“O Google sempre se comprometeu a criar um local de trabalho onde contratamos as melhores pessoas onde quer que operemos, criamos um ambiente onde todos possam prosperar e tratamos todos de forma justa”, afirmava o e-mail, de acordo com o relatório. “É exatamente isso que você pode esperar ver daqui para frente.”
Walmart, McDonald’s e Target também recentemente retrocederam em seus programas de DEI após enfrentarem pressão de ativistas conservadores. A Apple, por sua vez, pediu aos seus acionistas que rejeitem uma proposta de um think tank conservador para encerrar seus esforços de DEI.
